Vila do Conde: um destino com alma, versatilidade e cheiro a maresia

Entrevista

01-08-2025

# tags: Eventos , Portugal , Turismo , Turismo de Negócios , Destinos

Vila do Conde é um destino versátil, com tradição, alma e cheiro a maresia, ao serviço da indústria das reuniões e eventos.

José Régio recorda em verso Vila do Conde, a cidade que o viu nascer e morrer, como “espraiada entre pinhais, rio e mar”. Lembra o vento norte, o “bom cheirinho dos pinheiros”, o cheiro a maresia “a que cheira toda a vila”, a Senhora da Guia, a Senhora Sant’Ana, o Convento de Santa Clara, a capela da Senhora do Socorro, Azurara, Caxinas, as “belas gentes do mar”…

São paisagens, cheiros, locais e tradições eternizados em verso, que descrevem a cidade do Aqueduto, da Cividade de Bagunte e de uma frente atlântica com 18 quilómetros de praias, uma cidade de artesanato, onde a Renda de Bilros assume protagonismo, e de gastronomia, onde não faltam o peixe fresco e a doçaria conventual. Vila do Conde tem um vasto património cultural, que convida a ser explorado.

No verão, Vila do Conde acolhe grandes eventos, como o Festival Internacional de Curtas Metragens, a Feira Nacional de Artesanato ou o Villa Sessions – Festival de Blues de Vila do Conde. E se os visitantes quiserem praticar atividades mais aventureiras, como escalada, slide, surf, canoagem ou simples passeios de bicicleta, o destino conta com variadas empresas de animação turística para o efeito.

As “excelentes acessibilidades”, como descreve a Câmara Municipal de Vila do Conde, são uma outra vantagem. Servida por duas autoestradas e pela linha vermelha do Metro do Porto, Vila do Conde está situada a cerca de 20 minutos do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e a 20 minutos do Porto de Leixões – Terminal de Passageiros. Além disso, “a rede de autocarros Unir, que cobre toda a Área Metropolitana do Porto, tem sido uma crescente mais-valia para o território”, acrescenta.

Dados da autarquia indicam que Vila do Conde conta com nove empreendimentos turísticos (hotéis e similares), que somam 708 camas. Em alojamento local, onde existem 380 unidades, o número de camas sobe para 2.143.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2024, o destino acolheu um total de 77.599 hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico, dos quais 36.217 hóspedes oriundos de Portugal e 41.382 do estrangeiro, sendo Espanha, Alemanha e França os três principais países de proveniência. Vila do Conde registou ainda 129.742 dormidas em 2024, sendo a maioria (71.298) visitantes estrangeiros.

Destino apto para acolher todo o tipo de eventos


“Vila do Conde possui equipamentos culturais de grande qualidade, dotados de infraestruturas com capacidade para acolher todo o tipo de eventos culturais, corporativos e de networking”, garante a Câmara Municipal de Vila do Conde.

Entre os muitos espaços disponíveis estão a Biblioteca Municipal José Régio (com capacidade para 90 pessoas), o Auditório Municipal (cujas duas salas têm uma capacidade conjunta de 359 pessoas), o Pavilhão Municipal de Desportos (com capacidade para 120 pessoas), o Círculo Católico de Operários de Vila do Conde (que tem dois espaços para um total de 310 pessoas) ou o Teatro Municipal (que, entre o Salão Nobre e as salas 1 e 2, consegue acolher um total de 786 pessoas), por exemplo.

Várias das unidades hoteleiras e quintas locais têm valências para a meetings industry e, dessas, destacamos o The Lince Santa Clara Historic Hotel e a Quinta do Alferes de Crasto, dois venues que falaram à Event Point sobre o destino e os seus espaços para reuniões e eventos.

The Lince Santa Clara com “espaços versáteis e elegantes”


Ruben Reis da Silva, diretor comercial e de marketing do hotel The Lince Santa Clara, unidade situada no Mosteiro de Santa Clara, afirma que Vila do Conde, “além de ser um destino de charme e tranquilidade, oferece unique selling points distintos no contexto de eventos e reuniões”.

“A cidade destaca-se pela sua capacidade de proporcionar experiências únicas em diversos espaços, desde locais históricos a espaços contemporâneos, com a flexibilidade de realizar ativações personalizadas em diferentes pontos da cidade. Estes espaços podem ser facilmente adaptados para eventos corporativos, conferências, seminários ou encontros empresariais, complementados por atividades dinâmicas que integram a beleza natural e a herança cultural da região”, acrescenta Ruben Reis da Silva, que realça que, para os amantes de história e cultura, o destino “é um verdadeiro tesouro”.

Ruben Reis da Silva salienta como mais-valia a localização central da cidade, “que a torna estratégica para eventos de grande escala”: a proximidade da cidade, ao aeroporto e a “fácil acessibilidade a cidades como Braga, Viana do Castelo, Guimarães e Porto” facilitam “o acesso de participantes provenientes de diferentes pontos do país e do estrangeiro”.

O responsável entende que “a captação de reuniões e eventos é fundamental para Vila do Conde, pois dinamiza a economia local, atrai visitantes ao longo de todo o ano e fortalece a cidade como um destino estratégico para o turismo corporativo e de negócios”, o que valoriza “as infraestruturas e a identidade local” e projeta a cidade “a nível nacional e internacional”.

E para reuniões e eventos, o The Lince Santa Clara conta com vários “espaços versáteis e elegantes”: a Sala Santa Clara (“ideal para eventos de maior escala, com capacidade até 100 pessoas em formato plateia”), a Sala Centro Interpretativo (“perfeito para eventos especiais, com capacidade máxima de 50 pessoas em plateia”), o Wine Cellar (“um espaço exclusivo e sofisticado para jantares privados ou reuniões exclusivas, com capacidade até 12 pessoas”) e a Sala Mosteiro (“ideal para celebrações mais reservadas, como aniversários ou eventos de pequena dimensão, com capacidade até 35 pessoas”).

O hotel apresenta ainda o restaurante Mosteiro, sob a chancela da chef Júlia Oliveira, o restaurante Oculto, criado pelo chef Vítor Matos, “distinguido com três estrelas Michelin”, o Bar Abadessa e o Aqueduto Wellness & Spa. Além disso, o hotel organiza provas de vinhos, “experiências enológicas personalizadas”.

Para Ruben Reis da Silva, o The Lince Santa Clara “destaca-se pela sua singularidade, sustentada na rica história do edifício secular que o alberga”, oferecendo “uma experiência genuína” e celebrando “o melhor da tradição e do luxo contemporâneo”.

Quinta do Alferes de Crasto com “o melhor de dois mundos”


Também a Quinta do Alferes de Crasto disponibiliza espaços para responder às necessidades de quem procura Vila do Conde para reuniões e eventos. “Dispomos de dois salões de generosas dimensões, que permitem realizar reuniões, apresentações de produtos, entre outras iniciativas, bem como organizar refeições para os intervenientes nos eventos, permitindo acolher até 300 pessoas”, explica José Maia, diretor executivo, que aponta ainda os “vastos jardins e um espaço exterior, também ele coberto e fechado lateralmente, onde se podem realizar momentos de team building, refeições volantes, etc.”.

A Quinta do Alferes de Crasto tem também vários serviços incluídos, como “um serviço personalizado de gestão de clientes, que tem como função acompanhar os clientes desde o dia em que decidem contratar um evento connosco até ao dia do evento, apoiando-os durante todo o processo de personalização”, além de um serviço de decoração e de um serviço de catering.

A localização da Quinta do Alferes de Crasto é um fator “diferenciador”, afirma José Maia, já que está a 20 minutos do Porto e do aeroporto, mas situada em plena natureza, num sopé de um monte, com vista sobre o mar. “É uma verdadeira quinta!”, com uma alameda com “imponentes ciprestes e ladeada por um campo reservado para cavalos lusitanos”, com tanques de rega em pedra e poços de água, fatores tradicionais que se fundem com a modernidade. “A junção do melhor de dois mundos”, frisa.

O facto de estar “muito próximo de dois pontos estratégicos muito importantes no contexto dos eventos corporativos ou empresariais”, o Porto e o aeroporto, é uma grande vantagem de Vila do Conde.

Mas o destino tem mais para dar. “A cidade é muito pitoresca e agradável, e oferece inúmeros restaurantes de excelente qualidade, bem como unidades hoteleiras muito recentes e adaptadas às expectativas dos clientes dos nossos dias, bem como excelentes vias de comunicação com o Porto, tanto rodoviárias, como ferroviárias”, explica.

Para José Maia, “Vila do Conde pode e deve afirmar-se como a principal cidade satélite do Porto neste tipo de eventos e situações análogas, um pouco à semelhança do que acontece com Cascais em relação a Lisboa. É uma cidade com um enorme potencial para crescer ao nível dos serviços hoteleiros, onde, por norma, as pessoas se sentem muito bem”. O responsável adianta que este tipo de afirmação teria, naturalmente, “um contributo muito interessante para a economia local, auxiliando no seu desenvolvimento e crescimento”.

© Maria João Leite Redação